quarta-feira, maio 21, 2008

Devia ter começado o dia por respirar este ar para ter um acordar melhor : "(...) Vivemos, desde a década de 80, um novo período de sufocação, que se manifesta em vários sectores: desemprego, emigração, esvaziamento ideológico e ausência da política, economia, justiça, cultura, educação. Há, hoje, dificuldade em escolher o que se julga ser o lado certo onde se deve estar. E essa dificuldade serve de pretexto para as mais vis renúncias, e de condescendência para com sórdidas traições.

Inculcaram-nos a ideia de que Portugal é inviável e de que somos um povo de madraços. Como já poucos lêem o que deve ser lido, a afirmação fez fé. Mas não corresponde à verdade. Recomendo aos meus dilectos alguns autores antagonistas da absurda tese: Vitorino de Magalhães Godinho, José Mattoso, Luís de Albuquerque, António Borges Coelho e, até, António José Saraiva. Todos interpelam o País, criticam-no porque o amam, e ensinam-nos que o passado altera-se de todas as vezes que o lemos e interrogamos.

O lado certo está, creio-o bem, quando recusamos a indiferença e não admitimos a resignação."
Baptista-Bastos, escritor e jornalista no DN
b.bastos@netcabo.pt

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