segunda-feira, julho 14, 2008

"É preciso não ficar indiferentes", diz-nos a jornalista Alexandra Borges quando fala sobre o destino dos meninos escravos do Gana, em reportagem que se repetiu hoje à noite na TVI. É preciso fazer o quê para não ficar indiferentes e que na realidade consubstancie o sentimento de não ficar indiferente?

E se para além das penalizações criminais e jurídicas só nos restar como armas os modelos de cultura que reprovam essas ignomínias, o que fazer quando os próprios líderes dessas comunidades põem em causa o trabalho de décadas na construção de atitudes que se baseiem na frágil fundamentação da universal rejeição da exploração da pessoa pela pessoa, e, ainda mais grave, da exploração de uma criança por um adulto?


Se as ideias que defendem a reprovação social da escravatura forem postas a par de outras, enquanto conceitos negociáveis, com as quais certos dirigentes jogam de acordo com as circunstâncias e os interesses do momento, então a confusão e a vacuidade passam entre si, como se por osmose.
Como construir instituições contra os líderes de sociedades as quais já atingiram elas próprias um nível moral superior aos daqueles e que lhes custou décadas de aprendizagem pelo sofrimento?

Hoje nasceu o belo e amável Gonçalo, em Portugal. Sorte a nossa, sorte a dele.

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