domingo, abril 19, 2009

sobre duas ou três coisas... 2

Não é pelas decisões erradas que eu reprovo esta classe política.
Não é pelos erros judiciais e policiais que eu incrimino o sistema de justiça e de investigação.
Não é pelos discursos errados acerca de realidades que não se conhecem bem, que eu critico o jornalismo.
Reprovo, incrimino e critico, porque nada parece alterar-se com o erro. Como se não houvesse consciência que é possível alterar as coisas para evitar voltar, pelo menos, a cometer aquele mesmo erro.
Imaginemos o caso da pequenina Madeleine. Alguém sabe se os protocolos de investigação em Portugal foram alterados? Alguém sabe se o procedimento das polícias, dos procuradores e dos jornalistas procedeu a algum reajuste, mudança ou transformação?
Eu sei que estas coisas não trariam a pequena de regresso a casa, mas dariam imensa segurança a todos os pais que no futuro se imaginassem em situação semelhante.
O que é feito para mudar as coisas? É segredo? Mas porquê? Se com isso apenas se fica a ideia de que nada muda, que tudo depende do azar e da sorte, da vacuidade da vida e dos sistema?
Pode ser demagógico, mas, os deputados não aprendem com a merda dos erros que cometem sistematicamente? Aquela gente não tem vergonha na cara para, em plena crise, quando há economistas a dizerem que se deve baixar os "largos" vencimentos da maioria dos portugueses para se retomar a produção, comprarem uma frota de carros de gama alta para circularem? Ou a questão das faltas, ou o seu regime de compatibilidades, ou ainda a sua falta de formação cívica para os cargos que desempenham como nossos representantes.
Mas ninguém aprende com os seus erros? Não se assume claramente a falha e se passa à frente com um novo plano, uma nova proposta que responda ao problema encontrado, ou à deficiência descoberta?
Pelo contrário, parece que em Portugal errar não só é humano, como é a única forma de se ser humano. Mas ao mesmo tempo, nunca, "jamais" se assumirá que erra. É um país que erra a ufanar-se que jamais se engana e que nunca tem dúvidas. Que fado o nosso!
Nada se aprende, tudo se transforma no hábito de nada alterar, mesmo quando se erra. Sobretudo quando se erra. Dizem-se a autoridade quando o fazem. Eu digo-os parasitas da democracia.
Errem, mas aprendam com os eros e comuniquem o que aprenderam com os erros! Será pedir muito a essa casta?

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